Piedade dos Gerais - MG / Brasil - (12/10/2012)

12 de Outubro de 2012 - Piedade dos Gerais - MG / Brasil


ANO UM

Em outubro resolvemos acampar com as barracas que tínhamos comprado para o Carnaval 2012, crentes que havíamos feito um bom negocio na compra de equipamentos e na época, CRUS de experiencia, fomos acampar em uma cachoeira em Piedade dos Gerais.


Como a ideia não era apenas acampar, mas curtir a cidade que o +Pedro Henrique  tem família e amigos, chegamos na cidade e fomos tentar conhecer os familiares dele. Depois de horas sem conseguir encontrar com ninguém exceto uma de suas tias, fomos para a Padaria tomar um café.
Saímos da Padaria e fomos em busca de outras cachoeiras para conhecer apenas .... também corria os boatos que as cachoeiras estavam lotadas de gente e que durante o dia - principalmente de calor - ficavam abarrotas de gente.

Horas e horas procurando pelas cachoeiras que jamais encontramos, e nosso tempo acabando, voltamos para a cidade tomamos um novo café na padaria e fomos para o bar 'point' da cidade (a noite).

Ficamos por lá, bebemos algumas cervejas, comemos alguns petiscos e o bar apenas se enchendo mais e mais, carros com som parando cheio de mulheres e o negocio começando a ficar realmente bom, ate que começou a pingar. Como não havíamos nem montado a barraca, nem tínhamos feito o reconhecimento do local, fomos para a área de Camping (se assim pode ser chamada), enquanto ainda havia sol.

A cachoeira não era tão próxima quanto imaginamos e chegamos no finalzinho da luz do sol, mas a pior parte era que não havia mais bons lugares para montarmos nossas barracas, dezenas e dezenas de pessoas acampadas e - logico - nos melhores locais.

Havia um bambuzal enorme e corremos para baixo dele, mas eis que surge o primeiro segundo terceiro quarto"IMPREVISTO" (kkkk imprevisto, é ate engraçado utilizar essa palavra para tamanho desPREPARO), embaixo do bambuzal havia um formigueiro enorme de Formigas cabeçudas, lutamos um pouco com elas, mas elas venceram.

Como não havia um bom lugar e a chuva estava cada vez mais próxima, resolvemos montar a barraca no meio do 'pasto' (na verdade um Areial). Para facilitar o acesso ao carro e para que utilizássemos o veiculo como uma proteção do vento e ate uma base de apoio, resolvemos estacionar o veiculo ao lado das barracas e páá ... O veiculo atolou na areia, e agora estava preso, nem pra frente nem pra trás, e todas as tentativas eram aplaudidas e zuadas pelo publico na porta de suas próprias barracas.


Depois de varias tentativas e os 3 (Eu+Igor Guaracy e o +Pedro Henrique) empurrarem, puxarem, pularem, cavarem, rezarem, baterem, chutarem, socarem, carregarem, pensarem e se enfurecerem ... conseguimos enfim dar ré e retirar o carro da areia. o que nos deixou sem uma "proteção" contras os ventos, mas ok.







QUINTO SEXTO IMPREVISTO 



Fomos em busca de material para fazer uma fogueira, não havia bons pedaços de madeira - afinal a concorrência era enorme - e não tínhamos facão ou faca para cortar dos bambus, alem de queimarem muito rápido. resolvemos pegar umas coisas pretas que estavam jogadas por lá ... Após fogueira acesa, percebemos que as coisas pretas que ninguém havia utilizado eram bosta de vaca, mas ok, pegou fogo kkkkk.

Começou a chuva e entramos para dentro das barracas, eu estava dormindo na barraca menor sozinho e os meninos estavam dividindo a barraca maior (uns 5 cm a mais de puro conforto), até que vem o grito do Eré "Adalton, você não vai acreditar, mas nosso colchão está furado.. já estamos no chão da barraca.", ri bagarai, mas não acabou por ali, com a chuva o Eré grita novamente "Adalton, tem água na barraca", não acreditei e retruquei e obtive apenas a resposta em forma de som ... como se alguém estivesse nadando - Literalmente, nadando. ri mais ainda


Não demorou muito para acabar com minhas risadas, eis que surge um fio de água do topo da minha barraca diretamente em minhas costas, esse fio logo se torna uma cachoeira e sem muito o que fazer e sem nenhuma lona para nos proteger, tirei a camisa e joguei em cima da barraca em busca de uma tentativa de desviar a maior quantidade de água e que não fossem para dentro da barraca. Falha tentativa que agora me deixou alem de molhado e com frio ... sem camisa.

ONDE ESTÁ MINHA COBERTA?!

Já batendo queixo de frio, chovendo dentro da barraca, alias, uma cachoeira particular na minha barraca, ensopado e sem conseguir dormir, obviamente. Estava à procurar minha coberta, mas não a encontro, tinha certeza que havia deixado na barraca, mas simplesmente desapareceu, devo te-la deixado no carro sem perceber e estou viajando.

Na primeira estiagem da chuva, saímos da barraca e até o Bob Esponja estaria orgulhoso, conseguimos fazer uma fogueira dentro d'água .... impressionante .... ela não apagou.

Depois de maravilhados com nossa fogueira de bosta (literalmente), fomos nos organizar - já que o colchão dos meninos estavam furado, resolvemos dormir todo mundo na mesma barraca - sim, uma barraca que dizia caber 4, mas cabia 2 apertado e resolvemos dormir 3. Ao começar organizar as coisas, percebo minha coberta na barraca deles EN-SO-PA-DA, "o que houve" eu pergunto, eles apontaram para o teto da barraca sem a proteção (ventilação) e dizem "Não sabemos onde está a proteção", e retruco "O que minha coberta tem a ver com isso?", e respondem "estávamos com frio, e nos cobrimos da chuva com ela"

Irei me abster das palavras pela vontade de matar esses filadaputas...

Como meu colchão era de Solteiro, pegamos o colchão deles e dobramos em forma de colchonete (já que estava vazio) e preenchemos o espaço da minha barraca que nesse momento já havia um mini lago de acumulação de água. depois dobramos minha coberta ensopada por cima e cobrimos com as toalhas... todo mundo com frio, mas protegidos.

Pegamos mais algumas fezes de vaca e jogamos na fogueira, cobrimos a minha barraca com a minha proteção (ventilação) mais a proteção da barraca deles, e deitamos.

Ó O BICHO VINDO MULEQUE

Lá para o sétimo dia - dessa noite, quando já não conseguimos mexer mais, e com frio e com sono mas sem conseguir dormir, deu uma pequena estiada, o Igor disse que iria mijar, mas ao abrir a barraca ele simplesmente trava sentado.. E começa ...

"Carai mano, tem um bicho lá fora", 
"Carai mano, o bicho é grande", 
"Carai mano, ele tá olhando pra nós e ta vindo devagarzinho", 
"Carai mano, ele ta em MODO de ATAQUE"
... a gente começou a rir mas sem saber  o que estava acontecendo...

Igor então só deita, se cobre com o pano e se protege... comecei a gritar com ele "carai fii, fecha a porta da barraca então deixa o bicho lá fora", e ele apenas respondeu "eu não, ele vai atacar, pqp" ... um pouco de discussão depois o Eré fechou a barraca.

Alguns instantes depois me bateu realmente o desespero, no meio da tempestade lá fora, algum bicho simplesmente chega bem na minha cabeça pelo lado de fora da barraca e começa a me cheirar, código marrom já estava em funcionamento, não sabia o que poderia fazer para me defender se realmente fosse algum animal perigoso, apenas me retrai e me protegi e rezei e rezei de novo.



Na terceira estiagem, o Eré disse que já não suportava ficar mais na barraca e foi dormir no carro ... para seu azar, havia deixado uma das janelas abertas, o carro também estava ensopado... tomamos nosso refrigerante que estava na geladeira (estava simplesmente no tempo - e ainda estava gelada devido ao frio), melhoramos ainda mais as coisas já que um de nós fora dormir no carro ... catamos mais fezes de vaca para a fogueira e descobrimos que o animal feroz era um Poodle de uma família que também estava acampando. Sem enfase na solução do problema para diminuir a vergonha.



O NASCER DO SOL DO ANO UM

Não sei que hora, mas era bem cedo, quando surgiu os primeiros raios de sol [e a fogueira ainda em pleno vapor] e já não havia mais chuva, saímos da barraca (o Eré do carro) e nos olhamos com aquela cara de derrota uns para os outros e antes de falarmos alguma coisa, começam as reclamações e gritos das barracas, reclamando de quão foda foi essa noite ... muitos já estavam juntando suas coisas para irem embora daquele inferno.

Nós ... apenas percebemos que aquele dia seria diferente ... e bom!!!

Já as 06h00 da manhã ficaram apenas três famílias na área de camping e nós, então procuramos o melhor lugar para colocar a barraca, construímos uma estrutura de bamboo com um facão emprestado e pedaços de arames e cordas encontrados por ali, construímos uma bancadinha com talas de bamboo, remontamos a fogueira de melhor maneira e reservamos madeira, estacionamos bem ao lado da barraca e fomos na cidade comprar uma boa lona para servir de proteção da chuva.

Trabalhamos tão bem .. não choveu.

Nesse dia aproveitamos demais, compramos carne e carvão na cidade para fazer um churrasco.. que o Igor quase nos matou com tanto sal e que tivemos de voltar a cidade para comprar os refrigerantes que havíamos esquecido de comprar... Conhecemos as meninas da barraca do lado "Pepe e Neném" (sim, eram gêmeas, sim, eram parecidas com elas) .. Nadamos na cachoeira, conhecemos mais pessoas, participamos de churrasco alheio, e de noite ficamos horas conversando com Pepe e Neném em um luauzinho de um violão, péssimos cantores e muita cerveja e também muita historia - Lógico que a gente tentou pegar a Pepe e Neném ... Mas a gente queria (6.6) e não queria, então acabou sendo salvos por Odin. ou não.

No ultimo e cansativo dia, nadamos e nos divertimos um pouco, mas não demoramos muito para ir embora. Foi um final de semana repleto de aprendizado e que com certeza me ajudou a evoluir e ficar mais forte. Estava com meus melhores amigos e aproveitamos como deveria ter sido aproveitado.

E como dizem:

"Dinheiro vai e vem, a gente sabe disso, o mais importante são as pessoas que estão aqui, aqui e agora"




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